sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Tensão marca debate entre candidatos 

 

Apesar do "simpático" abraço dos candidatos no fim do confronto, não houve qualquer vestígio de tranquilidade no debate entre Elmano de Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PSB). Troca de agressões políticas, acusações de ingratidão e outras polêmicas marcaram o embate.
 


Foram 80 minutos de debate e nenhum segundo sequer de trégua no tenso confronto entre Elmano de Freitas (PT) e Roberto Cláudio (PSB), realizado ontem à noite pela TV O POVO. No primeiro embate após a divulgação da pesquisa O POVO/Datafolha – que mostra os adversários tecnicamente empatados –, as propostas acabaram espremidas por agressões mútuas, velhas polêmicas reacendidas e até briga por paternidade de promessa de campanha.

Em um dos momentos mais quentes (ver quadro ao lado), Elmano chegou a dizer que “o coronelismo dos (irmãos) Ferreira Gomes é mais atrasado que o de antigamente”, em referência à família do governador Cid Gomes (PSB), principal cabo eleitoral de Roberto Cláudio. No contra-ataque, sobrou para a prefeita Luizianne Lins (PT). Cláudio chamou a petista de “autoritária”, acusou-a de “não ouvir as pessoas” e provocou: “Quem é o verdadeiro coronel dessa cidade?”, em alusão à principal apoiadora de Elmano.

Ainda na arena política, outro ponto de tensão foi a conquista de aliados para o segundo turno. Elmano, que não conseguiu agregar apoiadores, questionou a ampla aliança de Roberto Cláudio. “Que projeto é esse que vai do DEM ao PCdoB?”, indagou. O adversário, no entanto, acusou o petista de ter, ele próprio, procurado apoio de Moroni Torgan (DEM), sem sucesso. Elmano admitiu o encontro, mas negou que tenha tentado firmar parceria.

Acusação e afago

Não houve uma rodada de perguntas em que os candidatos não tenham se alfinetado, embora os tons de voz tenham se mantido equilibrados. Em meio ao tensão, os candidatos até ressuscitaram o tema responsável por uma das maiores crises da antiga aliança entre Cid e Luizianne o estaleiro do Titanzinho.

Roberto Cláudio chegou a dizer que o empreendimento não era a melhor opção para a área, mas criticou a gestão petista de não ter executado o projeto prometido na época, o “Aldeia da Praia”. Na defesa, o petista argumentou que já há R$ 90 milhões garantidos pelo Governo Federal e prometeu tirá-lo do papel.

Roberto Cláudio também acusou Elmano de copiar sua proposta de criação de uma agência de desenvolvimento. Em outra ponta, o petista ironizou o fato do pessebista ter morado nos Estados Unidos e o acusou de não conhecer a cidade. Após os vários minutos de tensão, o encontro foi finalizado com despedidas propositivas. No final do debate, os dois se abraçaram.



Quem

ENTENDA A NOTÍCIARoberto Cláudio e Elmano de Freitas são o símbolo do rompimento da aliança entre Prefeitura e Governo do Estado. Eles começaram na disputa com baixos índices de intenção de voto, mas chegaram ao segundo turno.


Polêmica

Um dos momentos mais quentes do debate surgiu quando os candidatos responderam a perguntas elaboradas pelo Grupo de Comunicação O POVO. Os dois questionamentos tiveram o comportamento político como tema central .

Para Roberto Cláudio

OP - Desde que o senhor assumiu a presidência da Assembleia Legislativa, a Casa não tomou nenhuma decisão que não estivesse de acordo com os interesses do Governo do Estado. Não aprovou CPIs, aprovou todos os projetos e barrou até mesmo simples pedidos de esclarecimentos. Se o Sr. for eleito prefeito, sua administração irá manter este alinhamento automático com relação ao Governo?
Resposta - O candidato afirmou que as decisões na Assembleia são tomadas pelo colegiado de deputados e que não cabe ao presidente interferir. Ele disse que se comportou com isenção durante as votações e se preocupou com o bom funcionamento do parlamento. Argumentou, ainda, que a atual gestão municipal também era aliada do Governo do Estado e, por isso, não poderia criticar suposto alinhamento.

Para Elmano de Freitas
OP
- O senhor adotou, no segundo turno, um discurso contra o adversário do PSB alertando para o “risco” de uma concentração de poder caso o candidato Roberto Cláudio venha a conquistar a prefeitura. Mas, há quatro anos, o PT apresentava como um dos fatores de ganho para a cidade o vínculo administrativo entre as gestões municipal, estadual e federal. Por que em 2008 Fortaleza ganhava com a aliança entre as administrações e hoje se tenta apresentá-la como um problema?
Resposta - O candidato disse considerar as duas situações como diferentes. Segundo Elmano, havia aliança da Prefeitura com os outros níveis administrativos, mas entre partidos, e não de um mesmo grupo político. Ele ainda acusou os Ferreira Gomes de representar uma oligarquia no Ceará, afirmou que a família pretende comandar o Governo e a Capital e comparou os irmãos Cid, Ivo


Fonte: Jornal O Povo



 

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