domingo, 9 de dezembro de 2012

Discrição das duas equipes de transição

 

Roberto Cláudio não fala e recomendou à equipe de transição discrição ao tratar, publicamente, do quadro real da Prefeitura que ele receberá para administrá-la, a partir do dia 1º de janeiro próximo. Mesmo comedidos, integrantes do grupo colhedor de dados da atual gestão não escondem suas preocupações com o passivo já armazenado e o ainda a ser integrado em razão das últimas ações da atual gestão, parecendo propositais para dificultar os passos iniciais do Governo nascente.

 

 O caso noticiado na penúltima semana, do acordo celebrado pela Secretaria de Administração do Município, no dia 3 passado, com um grupo pouco superior a 12 mil servidores municipais, vencedor de disputa judicial de mais de uma década, garantindo despesa mensal de R$ 1 milhão, durante 40 meses, a partir de abril, ligou o sinal vermelho da equipe.

Como se não bastasse o caso dos servidores, surge a tal licitação para o transporte alternativo a ser julgada nos próximos dias, garantindo o serviço por um período de 15 anos, com direito à renovação pelo mesmo período a uma determinada Cooperativa, pelo direcionamento do edital, como é dito, fez ampliar a preocupação com o porvir para o grupo que vai assumir o controle gerencial dos serviços públicos da Capital cearense.

Recomendável

Se é verdade que a máquina não pode parar, e Luizianne é a prefeita até o próximo dia 31, com todos os direitos e obrigações garantidos e impostos pelo cargo, também é forçoso reconhecer não ser recomendável a prática de certos atos no apagar das luzes de um mandato, principalmente, quando eles não geram prejuízos à continuidade do Governo, consequentemente possíveis de serem praticados em outra oportunidade. Por isso, em sendo executado, pode sim, criar dificuldades com perspectivas de produzir prejuízos aos munícipes.

O Diário Oficial do Município, embora com um considerável atraso, tem sido, nos últimos dias do Governo Luizianne Lins, o periódico minuciosamente mais lido por auxiliares de Roberto Cláudio, atentos aos últimos atos e contratos da gestão municipal, quer relacionados a situações pretéritas agora regularizadas, ou a novas ações que possam produzir ônus ao projeto da nova administração, tanto na parte relacionada a serviços quanto na de obras agora contratadas para serem iniciadas só no próximo ano.

Recursos

Luizianne, possivelmente, está passando por momentos muito difíceis para encerrar sua administração e entregar o Governo a um adversário, mesmo que até bem pouco todos tenham compartilhado do mesmo espaço político, pois eram aliados. A dureza do embate eleitoral fez ampliar as obrigações tanto de quem perdeu quanto do vencedor. Aquele há de entregar a casa arrumada. E a este de cobrar, com detalhes, tudo o que a partir de janeiro será de sua responsabilidade.

A prefeita tem procurado socorro financeiro em Brasília para cumprir algumas obrigações contraídas por sua administração. Há um certo otimismo com relação ao sucesso da empreitada, considerada imprescindível para o fechamento de algumas contas e aliviá-la de parte do desgaste que poderá experimentar, logo depois de deixar o cargo, lembrando, talvez, do ex-prefeito Juraci Magalhães, ainda hoje responsabilizado por ela.

Câmara

O prefeito eleito está diante da primeira dificuldade com o Legislativo municipal. Embora com o apoio declarado de 32 vereadores e a disposição de garantir ao PMDB, seu primeiro aliado, a presidência da Câmara, o nome do vereador Walter Cavalcante, apresentado pela direção do partido, sofre sérias restrições, a partir de sua própria bancada composta de apenas quatro vereadores. A oposição, ligada à prefeita Luizianne Lins que contava com nove vereadores, no sábado à tarde conseguiu reunir um total de quinze em torno do Waldemir Catanho, coordenador político da prefeita.

Fonte: Diário do Nordeste

 

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