Discrição das duas equipes de transição
Roberto Cláudio não fala e recomendou à equipe de transição discrição ao
tratar, publicamente, do quadro real da Prefeitura que ele receberá
para administrá-la, a partir do dia 1º de janeiro próximo. Mesmo
comedidos, integrantes do grupo colhedor de dados da atual gestão não
escondem suas preocupações com o passivo já armazenado e o ainda a ser
integrado em razão das últimas ações da atual gestão, parecendo
propositais para dificultar os passos iniciais do Governo nascente.
O caso noticiado na penúltima semana, do acordo celebrado pela
Secretaria de Administração do Município, no dia 3 passado, com um grupo
pouco superior a 12 mil servidores municipais, vencedor de disputa
judicial de mais de uma década, garantindo despesa mensal de R$ 1
milhão, durante 40 meses, a partir de abril, ligou o sinal vermelho da
equipe.
Como se não bastasse o caso dos servidores, surge a tal
licitação para o transporte alternativo a ser julgada nos próximos dias,
garantindo o serviço por um período de 15 anos, com direito à renovação
pelo mesmo período a uma determinada Cooperativa, pelo direcionamento
do edital, como é dito, fez ampliar a preocupação com o porvir para o
grupo que vai assumir o controle gerencial dos serviços públicos da
Capital cearense.
Recomendável
Se é
verdade que a máquina não pode parar, e Luizianne é a prefeita até o
próximo dia 31, com todos os direitos e obrigações garantidos e impostos
pelo cargo, também é forçoso reconhecer não ser recomendável a prática
de certos atos no apagar das luzes de um mandato, principalmente, quando
eles não geram prejuízos à continuidade do Governo, consequentemente
possíveis de serem praticados em outra oportunidade. Por isso, em sendo
executado, pode sim, criar dificuldades com perspectivas de produzir
prejuízos aos munícipes.
O Diário Oficial do Município, embora
com um considerável atraso, tem sido, nos últimos dias do Governo
Luizianne Lins, o periódico minuciosamente mais lido por auxiliares de
Roberto Cláudio, atentos aos últimos atos e contratos da gestão
municipal, quer relacionados a situações pretéritas agora regularizadas,
ou a novas ações que possam produzir ônus ao projeto da nova
administração, tanto na parte relacionada a serviços quanto na de obras
agora contratadas para serem iniciadas só no próximo ano.
Recursos
Luizianne,
possivelmente, está passando por momentos muito difíceis para encerrar
sua administração e entregar o Governo a um adversário, mesmo que até
bem pouco todos tenham compartilhado do mesmo espaço político, pois eram
aliados. A dureza do embate eleitoral fez ampliar as obrigações tanto
de quem perdeu quanto do vencedor. Aquele há de entregar a casa
arrumada. E a este de cobrar, com detalhes, tudo o que a partir de
janeiro será de sua responsabilidade.
A prefeita tem procurado
socorro financeiro em Brasília para cumprir algumas obrigações
contraídas por sua administração. Há um certo otimismo com relação ao
sucesso da empreitada, considerada imprescindível para o fechamento de
algumas contas e aliviá-la de parte do desgaste que poderá experimentar,
logo depois de deixar o cargo, lembrando, talvez, do ex-prefeito Juraci
Magalhães, ainda hoje responsabilizado por ela.
Câmara
O
prefeito eleito está diante da primeira dificuldade com o Legislativo
municipal. Embora com o apoio declarado de 32 vereadores e a disposição
de garantir ao PMDB, seu primeiro aliado, a presidência da Câmara, o
nome do vereador Walter Cavalcante, apresentado pela direção do partido,
sofre sérias restrições, a partir de sua própria bancada composta de
apenas quatro vereadores. A oposição, ligada à prefeita Luizianne Lins
que contava com nove vereadores, no sábado à tarde conseguiu reunir um
total de quinze em torno do Waldemir Catanho, coordenador político da
prefeita.
Fonte: Diário do Nordeste
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