quinta-feira, 23 de maio de 2013

Deputados criticam declarações de Joaquim Barbosa


Uma palestra para estudantes em uma faculdade de Brasília piorou a relação já inflamada entre Legislativo e Judiciário. O presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, ao analisar a divisão entre os Poderes e o modelo eleitoral criticou o sistema político brasileiro. Entre as declarações do ministro, saltou às manchetes dos jornais de que o país abriga “partidos de mentirinha”, representações sem coerência ideológica.
“Temos partidos ‘de mentirinha’. Nós não nos identificamos com partidos que nos representam no Congresso. Tampouco esses partidos e seus lideres têm interesse em ter consistência programática ou ideológica. Querem o poder pelo poder”, afirmou, acrescentando ainda que o Congresso é submisso ao governo.
A análise de Joaquim Barbosa, mesmo aclarada em um ambiente acadêmico, causou forte repercussão no Legislativo. O deputado federal peemedebista Mário Feitoza destacou que o ministro é um homem justo e honesto, porém, infeliz nos ataques que fez ao Congresso. 
“O ministro Joaquim Barbosa é um grande jurista, um grande acadêmico, mas precisa ter medida nas colocações, sempre no lugar certo de um bom diálogo. Os poderes, entre si, devem ter não só respeito, mas compreensão”, observou o deputado, lembrando que os poderes Legislativo, Executivo e Judiciário têm as suas obrigações, a maneira de discutir e abordar os assuntos.

HARMONIA CONSTITUCIONAL
 
Em entrevista ao Política Real, deputado Danilo Fortes (PMDB) avaliou que para melhorar a política brasileira é preciso reconhecimento do papel que cada poder tem, da importância que cada um tem e o respeito entre si das diversas instituições: Legislativo, Judiciário e Executivo. “Concordo com o presidente da Câmara, Henrique Alves quando ele diz que foi uma  desrespeitosa declaração e que ela não contribui para a harmonia constitucional. Foi um momento de insucesso do ministro”, disse o deputado.
Para Mário Feitoza, alguns pronunciamentos não somam nada, porque os poderes têm que ter respeito. O parlamentar diz que Joaquim Barbosa merece todo respeito, porque é o chefe do Judiciário, do mesmo jeito Dilma Rousseff que é a chefe do Executivo e Renan Calheiros que é o presidente do Senado Federal.
O deputado comentou que as reformas tributária, eleitoral e previdenciária são difíceis de serem feitas porque mexem com muitas estruturas consolidadas. Para mostrar como é complexo mudar alguma coisa no Congresso, Mário lembrou que a Medida Provisória dos Portos foi aprovada, mas com dificuldade. (Com informações do Política Real e colaboração de Tarcísio Colares)

Fonte: Jornal O Estado

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