Deputados criticam declarações de Joaquim Barbosa
Uma
palestra para estudantes em uma faculdade de Brasília piorou a relação
já inflamada entre Legislativo e Judiciário. O presidente do Supremo
Tribunal Federal, ministro Joaquim Barbosa, ao analisar a divisão entre
os Poderes e o modelo eleitoral criticou o sistema político brasileiro.
Entre as declarações do ministro, saltou às manchetes dos jornais de que
o país abriga “partidos de mentirinha”, representações sem coerência
ideológica.
“Temos
partidos ‘de mentirinha’. Nós não nos identificamos com partidos que
nos representam no Congresso. Tampouco esses partidos e seus lideres têm
interesse em ter consistência programática ou ideológica. Querem o
poder pelo poder”, afirmou, acrescentando ainda que o Congresso é
submisso ao governo.
A
análise de Joaquim Barbosa, mesmo aclarada em um ambiente acadêmico,
causou forte repercussão no Legislativo. O deputado federal peemedebista
Mário Feitoza destacou que o ministro é um homem justo e honesto,
porém, infeliz nos ataques que fez ao Congresso.
“O
ministro Joaquim Barbosa é um grande jurista, um grande acadêmico, mas
precisa ter medida nas colocações, sempre no lugar certo de um bom
diálogo. Os poderes, entre si, devem ter não só respeito, mas
compreensão”, observou o deputado, lembrando que os poderes Legislativo,
Executivo e Judiciário têm as suas obrigações, a maneira de discutir e
abordar os assuntos.
HARMONIA CONSTITUCIONAL
Em entrevista ao Política Real, deputado Danilo Fortes (PMDB) avaliou que para melhorar a política brasileira é preciso reconhecimento do papel que cada poder tem, da importância que cada um tem e o respeito entre si das diversas instituições: Legislativo, Judiciário e Executivo. “Concordo com o presidente da Câmara, Henrique Alves quando ele diz que foi uma desrespeitosa declaração e que ela não contribui para a harmonia constitucional. Foi um momento de insucesso do ministro”, disse o deputado.
Para
Mário Feitoza, alguns pronunciamentos não somam nada, porque os poderes
têm que ter respeito. O parlamentar diz que Joaquim Barbosa merece todo
respeito, porque é o chefe do Judiciário, do mesmo jeito Dilma Rousseff
que é a chefe do Executivo e Renan Calheiros que é o presidente do
Senado Federal.
O
deputado comentou que as reformas tributária, eleitoral e
previdenciária são difíceis de serem feitas porque mexem com muitas
estruturas consolidadas. Para mostrar como é complexo mudar alguma coisa
no Congresso, Mário lembrou que a Medida Provisória dos Portos foi
aprovada, mas com dificuldade. (Com informações do Política Real e
colaboração de Tarcísio Colares)
Fonte: Jornal O Estado
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